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Uma maratona de orações protege família armênia na Holanda

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Uma maratona de orações protege família armênia na Holanda

A Bethel e a Igreja Protestante da Holanda se uniram em uma maratona de orações e liturgias cristãs para evitar que uma família armênia seja deportada para seu país de origem. Esta parece ser a única condição para que os imigrantes permaneçam no país, que, de acordo com uma lei holandesa, impede que as autoridades conduzam operações em um local no qual serviços religiosos estejam sendo realizados.

Assim, a família ganhou o apoio da comunidade cristã e de seus pastores para evitar que seja deportada.

Noticiado pelo Guia-me em 27 de novembro, quando já haviam sido realizadas 700 horas de culto para proteger os imigrantes armênios, um mês depois voltamos para relatar que os cultos continuam sem que haja qualquer alternativa para a família continuar no país. Os imigrantes tiveram negado seu pedido de asilo depois de viver quase nove anos na Holanda, apesar de eles terem afirmado que estariam em perigo caso retornassem a seu país.

A estratégia dos cultos é legal. As autoridades não podem tirar a família da igreja enquanto houver serviço religioso, assim os imigrantes permanecem seguros nessa condição.

A família Tamrazyan, formada por pai, mãe e três filhos com 21, 19 e 14 anos, disse ter saído da Armênia depois de receber ameaças de morte por conta do ativismo político do pai. As pessoas que estão trabalhando com a família se recusaram a dizer em que causas políticas ele estava envolvido, ou quem poderia desejar atacá-lo.

Unidos

Para colocar a ideia dos cultos ininterruptos em prática foi preciso contar com a ajuda de muitas pessoas, que se organizaram em uma escala de horários a serem cumprido. Pastores se revezam em turnos e ocupam horários vagos no cronograma. O plano ganhou a simpatia de muitos que começaram a colaborar sem que houvesse grande esforço para a ocupação dos horários.

Pastor da Bethel, Axel Wicke conta que “já existem mais de 450 pastores, sacerdotes, diáconos e líderes religiosos de todo o país, e de toda denominação, que pediram para fazer parte da escala de serviços religiosos”.

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Para manter a continuidade dos cultos, a igreja recebeu apoio de outros países. “Tivemos ajuda até do exterior, houve sermões em inglês, francês e alemão”, disse Wicke. “Isso nos comoveu muito. Muitas vezes vejo um pastor entregar o púlpito a outro, de denominação diferente, com a qual o primeiro nada teria a ver em termos litúrgicos”.

Theo Hettema, presidente do Conselho Geral dos Ministros Protestantes, disse que a igreja queria criar um diálogo com o governo sobre o dilema desta família.

A igreja disse: “Fazemos o que sempre fazemos: um culto na igreja, mas depois continuamos — assim como a necessidade de ser apoiado é contínua. Fazemos isso para encorajar esta família a mostrar que estamos com eles como igreja, que existe um Deus que não deixa ninguém desamparado”.

Lei holandesa

Nos termos da lei holandesa, o governo pode abrir exceções às leis usuais de imigração para acomodar famílias com filhos que tenham vivido na Holanda por cinco anos ou mais. Mas o governo, que rejeita a maior parte dos pedidos de exceção, se recusou a usar essa prerrogativa em benefício da família armênia.

As regras de imigração e asilo do país se tornaram um ponto contencioso politicamente, nos últimos anos, e os conflitos se agravaram desde a onda de imigração para a Europa em 2015 e 2016.

Depois que administrações anteriores foram acusadas de ser lenientes demais, o governo holandês formado no ano passado adotou abordagem mais dura, o que lhe vale críticas de outro tipo.

A família que está na igreja Bethel inicialmente buscou refúgio em uma igreja de Katwijk, a cidade costeira em que vivia. Mas a igreja não tinha recursos para manter serviços religiosos 24 horas por dia, e temia ação de agentes de imigração.

Por isso, os Tamrazyan aceitaram o convite para usar um apartamento na igreja Bethel, uma construção de tijolos vermelhos aninhada entre edifícios baixos de apartamentos. Eles chegaram às 13h30 do dia 26 de outubro, disse Wicke, quando a maratona religiosa começou.

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