O Papa Francisco fez nesta quarta-feira (2) a primeira audiência pública do ano, na sala Paolo VI, no Vaticano. Falando sobre o Sermão do Monte, destacou que é melhor ser ateu do que um cristão “hipócrita”.
“Onde está o Evangelho há uma revolução. O Evangelho não deixa quieto, nos impulsiona, é revolucionário”, lembrou o pontífice. Na sequência, disse que Jesus condenava os “hipócritas” nos seus dias, condenando os que faziam orações nas praças e sinagogas para serem vistos. “Há pessoas que são capazes de tecer orações ateias, sem Deus: fazem isso para serem admiradas pelos homens”, pontou.
A maior ênfase dada por ele foi sobre quem seriam os hipócritas dentro das igrejas. “Quantas vezes vemos o escândalo daquelas pessoas que vão à igreja, estão lá todo o dia, e depois vivem odiando os outros e falando mal das pessoas. Melhor não ir à igreja. Viva assim como ateu. Mas se você vai à igreja, viva como filho, como irmão e dá um verdadeiro testemunho. Não um contratestemunho”.
O líder católico surpreendeu ao criticar os que repetem as mesmas coisas repetidas vezes. “Os pagãos pensam que falando, falando e falando, se reza. Também eu penso aos tantos cristãos que acreditam que rezar – desculpem-me – é falar a Deus como um papagaio. Não! Rezar se faz do coração, de dentro”.
Nos próximos três meses o Papa Francisco deverá tomar decisões que podem mudar o perfil da Igreja Católica. Além de uma reunião sobre a pedofilia no clero, em fevereiro, deve aprovar uma nova constituição apostólica nos próximos meses.